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Enfermeira Mestre em Tecnologias em Saúde; Especialista em Emergências e em Gestão em Emergências em Saúde Pública. Formada em Direito. Profissional do Cuidado Humano, da área da Enfermagem com experiência na assistência a pacientes graves, com doenças crônicas e com grau de dependência. Professora atuante na formação de profissionais na área de Enfermagem.

BOAS VINDAS.

Nesse blog estão disponíveis conceitos básicos e essenciais sobre fisiologia humana e, cabe destacar, as informações são embasadas no Tratado de Fisiologia Médica de Arthur C. Guyton. Sendo assim, são noções confiáveis e usadas por todos que trabalham com saúde.



Sejam todos bem vindos e aproveitem!

Etapas para avaliação do Eletrocardiograma (ECG)

Para a realização da leitura do traçado do eletrocardiograma, é necessário que seja seguido um fluxo o qual direciona a detecção da origem das arritmias, podendo assim classifica-las. Este fluxo se compreende em cinco etapas, as quais são descritas da seguinte forma:

1ª etapa: verificar a freqüência cardíaca, a qual deve estar entre 60 a 100 bpm para ser considerada nornal. Para verificar a freqüência cardíaca através do traçado eletrocardiográfico, deve-se examinar o ritmo. Se este for regular, tem-se que contar quantos quadrados grandes existem entre os R, e após dividir 300 por o número de quadrados encontrados entre os R. Se o ritmo for irregular, conta-se 30 quadrados grandes e verifica-se quantos R existem nesse intervalo, após multiplica-se a quantidade de R do intervalo por dez. Realizando estes dois cálculos será possível obter a freqüência cardíaca através do traçado eletrocardiográfico.

2ª etapa: verificar o ritmo cardíaco. Este é obtido através da contagem de quadrados grandes existentes entre os R. Será considerado regular de houver no máximo a diferença de 3 quadrados pequenos entre os R, acima disso o ritmo é considerado irregular.

3ª etapa: verifica-se a presença da onda P e sua morfologia. Esta pode indicar a presença de uma arritmia atrial.

4ª etapa: verifica-se o intervalo P-R, o qual deve ser de 0,12 s a 0,20 s. para ser considerado normal. Uma alteração neste tempo pode indicar uma arritmia atrioventricular.

5ª etapa: verifica-se o complexo QRS qua para ser considerado nornal deve durar até 0,12s. Uma alteração neste complexo pode indicar uma arritmia ventricular.

Caso você ainda não tenha acessado as ondas produzidas pelo ECG normal e seus significados, clique no ícone ao lado..::.

O Eletrocardiograma Normal

O eletrocardiograma (ECG) é o registro dos sinais elétricos emitidos durante a atividade cardíaca, refletindo a atividade do coração e, portanto, oferecendo informações acerca da função cardíaca, sendo inscrito sobre uma linha de papel quadriculado, de modo que obtemos um registro contínuo da atividade cardíaca.


O eletrocardiograma fornece informações sobre os impulsos do coração, e estes impulsos coincidem com cada fase da estimulação cardíaca. Além de oferecer informações sobre o funcionamento cardíaco, o eletrocardiograma mostra também as fases de repouso e de recuperação.

Na monitorização eletrocardiográfica são utilizados eletrodos que são colocados no tórax do paciente, para receber a corrente elétrica do tecido muscular cardíaco em diferentes derivações. As derivações usadas para a realização do ECG, são pontos diferentes de leitura (olhar) da espolarização cardíaca em vários pontos planos.

O coração, durante sua atividade, age como um gerador de correntes elétricas e estas correntes, quando se espalham no sistema condutor que é o coração, geram potenciais elétricos cuja evolução no tempo e no espaço podem ser aproximadamente previstas. Assim funciona o eletrocardiograma que é o registro das variações do potencial elétrico do meio extracelular decorrentes da atividade cardíaca. O ECG consiste de ondas características (P, Q, R, S e T) as quais correspondem a eventos elétricos e mecânicos da ativação do miocárdio.


Para facilitar a interpretação das informações presentes no traçado do eletrocardiograma, é também necessário saber calcular a freqüência cardíaca a partir do ECG.

Sistema de condução cardíaco

O Sistema de condução elétrica do coração é uma das mais maravilhosas estruturas do corpo humano. Enquanto dormimos, conversamos, caminhamos, corremos ou realizamos qualquer atividade, o nosso coração não pára de funcionar. Este sistema o qual também é conhecido como sistema intrínseco é formado pelo sistema nervoso que é responsável pela condução dos estímulos nervosos, importantes para o funcionamento cardíaco. Este sistema é formado pelo:

Nódulo Sinoatrial ou Sinusal: o Nódulo sinoatrial fica localizado na região superior do átrio direito, tem a função de marca-passo do coração, isto é, comanda o ritmo e freqüência do coração. Tem autoexitabilidade e autopraticidade, ou seja, tem seu próprio comando.

Nódulo atrioventricular: o nódulo atrioventricular fica localizado no assoalho do átrio direito e é responsável por fazer a pausa fisiológica que permite que os átrios ejetem sangue para as câmeras ventriculares.

Feixe de His: o Feixe de His é uma estrutura de bifurcação que leva estímulos específicos para cada ventrículo.

Fibras de Purkinje: é uma ponta de condução que entra em contato com a célula miocárdica.

Tais estruturas são responsáveis pelo Evento Elétrico Cardíaco, ou seja, o Sistema de condução operante, sendo eles:

Excitação: estímulo responsável pelo disparo da atividade iônica/elétrica do coração. É ativado pelo marca passo fisiológico (NSA). Aumenta com a permeabilidade da membrana dado por um estímulo que abre os canais de Na+ e fecha os de K+, levando carga positiva para dentro da célula que estava em repouso, e carga negativa para fora da célula.

Despolarização: Responsável pelo início da contração cardíaca, ou seja, momento em que há alteração dos canais da membrana miocárdica, aumentando a concentração de Na+ dentro da célula e diminuindo faro da célula.

Platô: Período em que há entrada de cálcio nas miofibrilas, prolongando o período sistólico. Caracterizada pela entrada de cálcio na célula. O cálcio ativa as proteínas da musculatura para que se deslizem para fazer o movimento de entorse.

Repolarização: Momento de inversão dos canais iônicos nas miofibrilas, início do retorno ao repouso. Refaz a polarização da célula, diminuindo a soma de cargas positivas dentro da célula com o aumento do K+ e o retorno das funções dos ácidos, deixando o local negativo.













A medida que essa atividade elétrica ocorre, pode-se captá-la por meio de eletrodos (pontos de captação da atividade elétrica aderidos ou posicionados à pele) e após transmitidos a um equipamento que converte essa atividade em um desenho gráfico. Esse desenho gráfico é composto por ondas que traduzem as etapas da atividade elétrica realizada pelas células miocárdicas dos átrios e ventrículos. Surge então o Eletrocardiograma.

Esse eletrocardiograma pode ser impresso em um papel milimetrado. Passemos a entendê-lo um pouco mais.

Fases do estímulo elétrico pela membrana miocárdica

Quando uma célula é estimulada elétrica, química ou mecanicamente, o seu potencial de repouso produz uma oscilação transitória, conhecido como potencial de ação. Esta produção de estímulo elétrico cardíaco se caracteriza por 5 fases, sendo elas:

Fase 0

Corresponde ao início da despolarização, que é caracterizada pela abertura rápida dos canais de sódio, ocasionando a entrada deste íon para dentro da célula.


Fase 1

Corresponde ao lento funcionamento dos canais de sódio e início da saída de potássio, ocasionando a inversão das concentrações iniciais entre os compartimentos do líquido intracelular e líquido extracelular.
Fase 2

Caracterizada pela abertura dos canais de Cálcio sendo conhecido como período de Platô, ou seja, período máximo da despolarização (Sístole).

Fase 3

Corresponde ao início da repolarização celular que é caracterizada pela grande saída de Potássio da célula e fechamento dos canais de sódio e cálcio resultando em uma positividade do líquido extracelular e negatividade do líquido intracelular, ainda com concentrações iônicas invertidas na tentativa de retornar ao repouso.

Fase 4

Corresponde ao restabelecimento das cargas e concentrações iônicas, havendo uma saída com auxílio da Bomba sódio e potássio a saída de sódio e a entrada do potássio é igual a velocidade voltando as relações eletrolíticas existentes antes da excitação sem alterar a carga da membrana.


 
Para entender como o estímulo se propaga pelas células miocárdicas, acesso o link sobre o sitema de condução cardíaco.

Transporte de íons pela membrana miocárdica

Generalidades

Transporte passivo de íons

Sabe-se que uma célula em repouso possui uma maior concentração de Potássio no meio intracelular e sódio no meio extracelular.
Desprezando-se a influência de outros íons, sabe-se que o potencial de repouso deve-se a relação entre as permeabilidades da membrana ao sódio e ao Potássio.
No repouso elétrico a permeabilidade de potássio é consideravelmente do que a permeabilidade do sódio, predominando assim a tendência da saída de Potássio para o meio extracelular carregando sua positividade e ocasionando uma negatividade no meio intracelular.
Esse evento favorece a entrada de sódio dentro da célula equalizando o fluxo dos íons através da membrana. Esse fluxo será em conseqüência do acúmulo de cargas positivas no lado externo, estabilizando o potencial transmembrana.

Canais protêicos pelos quais ocorre a passagem dos íons.


Transporte ativo de íons


No caso de equivalência entre os fluxos passivos da saída de potássio e entrada de sódio, a manutenção das concentrações desses íons no meio intracelular é garantida pelo transporte ativo que é realizado através da bomba sódio potássio que leva o potássio novamente para dentro da célula e o sódio para fora, evento o qual carrega negativamente o interior da célula e positivamente o exterior da célula.

Enzima ATP-ase: canal destinado à movimentação de íons com consumo de ATP.

Os tipos de transporte transmembrana podem ser lidos com maior detalhes, ao se acessar os links abaixo:

>> transporte passivo >>
>> transporte ativo >>